Resumo do Livro Inocência de Visconde de Taunay

01/05/2010 16:02

 

A história se passa em Mato Grosso, e tem início em 15 de julho de 1860 com uma descrição da estrada que corta a região desde a vila de Santana do Paranaíba aos campos de Camapuã .
Um homem viaja montado em seu cavalo, distraído e pensativo. Ele tem uns vinte e cinco anos, presença agradável, ar inteligente e decidido. Aproxima-se dele outro viajante, um homem já de alguma idade, trajava à mineira e parecia, como realmente era, morador daquela localidade. Eles se apresentam e começam a conversar.
O rapaz chama-se Cirino Fereira de Campos, é caipira de São Paulo, criado em Ouro Preto/MG. Viaja sem destino certo, curando maleitas e feridas brabas. O outro homem é Martinho dos Santos Pereira, que gosta de prosear. Nasceu em Minas Gerais, casou cedo, viveu em Diamantina até sua esposa morrer.
Pereira convida Cirino para se hospedar em sua tapera e, sabendo que ele é médico, diz ter uma filha adoentada e com febre. Cirino aceita o convite e hospeda-se na casa de Pereira.
Cirino, na verdade, não era médico. Porém, em localidade pequena, de simples boticário a médico não há mais que um passo. Quando tinha 18 anos foi servir de caixeiro numa botica velha e manhosa. Aprendeu a receitar e passou a fazer excursões pelo interior, medicando as pessoas, utilizando-se de alguns conhecimentos de valor positivo, outros que a experiência lhe ia indicando ou que a voz do povo e a superstição ministravam. Cirino era, simples curandeiro que ia granjeando o tratamento de doutor. Mas, não era um mal-caráter.
Depois de comer e descansar, Pereira leva Cirino para ver a filha adoentada, explicando que a filha, Nocência, tem 18 anos, é bonita e boa deveras...foi criada sem mãe. Vai se casar, por determinação do pai, com Manecão Doca, um homem às direitas.
Depois pede-lhe que a veja , sem olhar para a mulher, este lhe responde que está acostumado a lidar com as famílias e a respeitá-las.Cirino fica encantado com a beleza de Inocência e se apaixona pela jovem, mas disfarça.
Além dos cuidados excessivos de seu pai, Inocência também é protegida pelo anão Tico. O anão é praticamente mudo,mas consegue se comunicar muito bem e é uma espécie de cachorro de Nocência.
Naquela mesma noite, chega à casa de Pereira um naturalista alemão, chamado Guilherme Tembel Meyer, que caça borboletas e as envia à Alemanha para serem estudadas. Pereira lhe dá abrigo e decide tratar o alemão como se fosse da família .
Meyer, fascinado pela beleza de Inocência e ignorante dos costumes faz muitos elogios à jovem, o que deixa Pereira furioso e preocupado. Com medo de que Meyer ponha sua filha a perder, passa a vigiá-lo de perto, levando-o pessoalmente à mata para encontrar e caçar os insetos. Desconfiando de Meyer, passa a confiar em Cirino, que aproveita a oportunidade para ver Inocência e declarar seu amor. Ela também está apaixonada, mas se sente culpada e tem medo de enfrentar a fúria paterna.
Como o noivo de Inocência está para voltar, os dois jovens, desesperados, decidem que Cirino deve ir à casa do padrinho de Inocência, Antônio Cesário, tentar convencê-lo a interceder junto à Pereira em favor do seu amor.
O padrinho mora em Minas Gerais. Cirino calcula despede-se da amada, inventa uma desculpa para Pereira e parte em direção à fazendo de Antônio Cesário. No caminho, cruza com Manecão, que está indo à casa de Pereira com tudo pronto para a realização de seu casamento com Inocência.
Cirino chega à fazenda do padrinho, abre-lhe o coração e este diz que vai pensar. Combinam, então, que se Antônio resolver ajudá-los, ele se encontrará com Cirino, num prazo máximo de oito dias na vila de Santana do Paranaíba e irão juntos para a casa do compadre Pereira.
Enquanto isso, Manecão é recebido festivamente por Pereira em sua casa. No entanto, Inocência está muito triste e parece doente. Chamada por seu pai para conversar com o noivo, ela diz que não se lembra de ter concordado com o casamento, afirma que não quer se casar e seu pai a agride. Pereira acredita ainda que foi Meyer o causador da sua desgraça. Enquanto decidem quem vai matar o alemão, o anão Tico comunica a Pereira que ele está enganado, não fora o alemão o responsável, mas sim Cirino.
Pereira fica furioso. Manecão o acalma e diz que vai atrás do médico desagravar a honra de ambos.
Manecão segue Cirino durante três dias, o encontra e atira nele. Antes de morrer, Cirino diz que ele matou também à Inocência. Manecão foge.
Antônio Cesário, que finalmente decidira intervir a favor de Inocência e Cirino, chega e encontra Cirino agonizando, Cirino não diz o nome do seu assassino. Pede a Cesário que diga a Inocência que morreu por causa dela. Seu último pedido é para que Cesário prometa que não deixará Inocência casar com Manecão. Cesário promete e Cirino morre chamando por Inocência.
A história termina na Alemanha, em 18 de agosto de 1863, com a aclamação de Meyer pela Sociedade Geral Entomológica e pela Imprensa, que elogia os prodígios entomológicos recolhidos por ele principalmente, a borboleta Papilio Innocentia, cujo nome fora dado em homenagem à beleza de uma donzela (Mädchen) dos desertos da Província de Mato Grosso (Brasil), criatura, segundo conta o Dr. Meyer, de fascinadora formosura.
Naquele dia, fazia exatamente dois anos que Inocência morrera, no imenso sertão de Santana do Paranaíba.